Inclusão sim, Capacitismo não
- karinadafonsecapar
- 17 de ago. de 2023
- 10 min de leitura
Olá, seja bem-vinda a mais um episódio do podcast reabilitação. Se essa é a sua primeira vez escutando esse podcast meu nome é Karina, eu sou psicóloga transpessoal e eu sou uma pessoa com deficiência. Por conta da minha vivência pessoal e de todas as experiências que eu passei sendo uma com deficiência ao longo de toda a minha vida, porque a minha deficiência foi adquirida pós-parto e eu tenho paralisia cerebral mais especificamente uma hemiplegia do lado isso significa que o meu lado direito tem menos força e menos equilíbrio do que o esquerdo e quando eu era criança eu demorei muito pra entender que eu era diferente das outras crianças na verdade como criança eu não me reconhecia, como diferente. Eu pensava que eu era igual, até que eu passei por alguns episódios na primeira infância e também no fundamental um, né? Ali por volta de oito anos em que as crianças começaram a usar apelidos, começaram a me excluir das brincadeiras, eu nunca era escolhida na escola pra fazer das equipes e eu conheci o bullying logo ali, com sete, oito anos. Cheguei a contar nas minhas redes, que não são aqui do podcast, episódios como, fui chamada porque o meu pé ele era fisicamente diferente do que pés comuns com pessoas sem deficiência e isso foi construindo em mim uma dificuldade de me aceitar pra eu falar pra vocês hoje sobre isso, com essa leveza, com essa tranquilidade é porque isso já foi trabalhado em terapia e com outras terapias integrativas, além da psicoterapia para que eu pudesse me aceitar por inteiro eu pudesse assim olhar com gratidão, com aprendizado, com uma construção de uma virtude. Tudo que eu passei na minha vida pra eu poder chegar até aqui e ajudar você que está me ouvindo e o que eu queria te falar com tudo isso é, o episódio de hoje vai falar sobre algo muito importante que é a inclusão. Não é à toa que o episódio chama inclusão sim, capacitismo ou não. E se você nunca ouviu falar essas duas palavras, permita-me te levar pra este lugar de conhecimento, com toda a humildade possível, que eu como você tive que estudar e tive que aprender sobre isso pra me formar como psicóloga da reabilitação e neuropsicóloga. Mas eu reconheço que a gente ainda tem um longo caminho na sociedade para que pessoas aprendam sobre a inclusão e sobre é o capacitismo. Então, se você nunca ouviu falar dessas palavras, não se espante. Fique aqui comigo que eu vou te explicar tudinho para que você também possa aprender. E mais importante, agir, aplicar esse conhecimento no dia a dia Porque é assim sementinha por sementinha que a gente vai fazendo desse mundo mais respeitador e que inclui as pessoas com deficiência ou não. Porque a questão aqui não é pessoas com deficiência somente, são todas as pessoas, porque eu acredito no mundo em que há o respeito para com as diferenças, em criar a união das pessoas, que você se deu direito de discordar, mas que você não destrate ninguém por ele ser diferente de você. É esse o mundo que eu acredito e é esse o mundo que eu quero partilhar com você. Mas pra que isso seja necessário, pra que a gente consiga fazer isso no mundo real, a gente precisa entender esses conceitos Então, segundo o artigo que eu achei aqui na Cielo eh que foi publicado numa revista que fala sobre reabilitação chamado portadores da deficiência, a questão da inclusão social a inclusão social traz o seu bojo a ecaparação de oportunidades. A mútua interação de pessoas com e sem deficiência e o pleno acesso aos recursos da sociedade. Cabe lembrar que uma sociedade inclusiva tem o compromisso com as minorias e não apenas com as pessoas portadoras de deficiência. Esse artigo, ele é antigo, então, hoje em dia, o termo correto é pessoa com deficiência e não mais portadora de deficiência. E como eu gosto de brincar nas minhas redes, e com os meus pacientes a pessoa com deficiência ela não porta nada, né? Ela não tem nada, ela é uma pessoa antes da deficiência, então ela não importa nada, ela só é uma pessoa com deficiência, se é que você consegue me entender, se não, volta aí alguns episódios quando eu falo sobre aceitação, por exemplo, e escuta esse episódio antes de vir pra cá, depois volta aqui. E ainda falando sobre isso, sobre essa última parte que não diz apenas as pessoas com com deficiência, mas diz as minorias. Então, o objetivo da inclusão na verdade é acabar com as barreiras sociais criadas por esses preconceitos que tem nomes de racismo, desigualdade de gênero e ato de classe ou qualquer deficiência, seja ela física, mental. Então, todas essas pessoas que um dia já foram excluídas da sociedade por serem diferente, elas precisam ser contempladas dentro da inclusão porque a partir das ações de inclusão que a gente busca acabar com essa segregação social promovendo um ambiente como eu falei antes mais respeitoso é harmonioso e que também faz com que seja acessível pra todo mundo ter acesso a espaços e serviços de forma igual, de forma que todo mundo possa chegar a um lugar que quer ir, que todo mundo possa frequentar um médico, que todo mundo possa ter acesso aos serviços de saúde, né? Então, quando eu falo igual, eu não quero dizer igual no sentido real, assim, concreto da palavra. Eu quero dizer que essa igualdade, ela vai de acordo com a necessidade de cada um. Então, se eu sou uma pessoa com deficiência e eu sou cadeirante, eu preciso de acessibilidade no meu transporte Para eu poder ir até um lugar pra ser atendido, eu preciso de rampas, eu preciso de elevadores, eu preciso de portas mais largas pra cadeira poder passar chegar inclusão contempla, mas não só isso. E aí também que eu quero chegar, a inclusão ela também nos ajuda a combater o preconceito, como disse na própria definição que eu falei pra vocês porque a pessoa com deficiência a que eu vou focar mais nisso porque esse podcast tem a ver com isso, esse é o tema do podcast, não é a toa que o nome é reabilitação, a pessoa com deficiência ela passa pelo tipo de chamado capacitismo que está relacionado a incapacidade ou a crença de que pessoas com deficiência são incapazes de viver algo, de fazer algo, de terem vidas independentes por conta da sua deficiência. E não só isso, também de terem autonomia, de terem opinião, de serem mostradas na sociedade. Por muito tempo, pessoas com deficiência foram vistas como feias, como ruin como indesejadas, como inadequadas e as pessoas com deficiência seja lá qual for o nível de deficiência, elas começam a internalizar isso, de que o mundo não é o lugar delas porque elas passam por coisas parecidas como eu relatei aqui desde a infância ou se é uma deficiência adquirida a partir do momento que essa deficiência foi adquirida, são olhares estranhos, são perguntas inadequadas, são suposições Ai tadinha. Você sofreu um acidente não é? Como é que foi isso? E aí eu e algumas outras amigas minhas já também me relataram a mesma coisa e eu hoje falo isso com humor tão de saco cheio, de ter que explicar o que que era a paralisia cerebral, o que que era e eu vi mais uma vez, ai tadinha, que pena de você que eu já cheguei a inventar que eu tinha sofrido um acidente ou então que eu tinha é quebrado o meu pé no futebol e era por isso que eu mancava, tinha uma marcha diferente das outras pessoas e nada disso era verdade. Era porque pra eu poder falar com vocês sobre isso aqui hoje, eu precisava me aceitar, mas também a sociedade precisa aprender a respeitar o espaço do outro e respeitar as diferenças isso só é possível porque eu tô aqui falando com vocês, porque se pelo menos esse recado tocar em uma pessoa, a gente vai conseguir promover o objetivo de inclusão sim e capacitismo não. E agora eu quero falar como é que esses ideais, como é que essas definições funcionam na prática pra você que tá me ouvindo. Como é que você pode deixar de ser capacitista? Bom, começando por não olhar a pessoa com pena. Quando você vê uma pessoa com deficiência na rua, tente olhar pra pessoa em sua e não pra deficiência em primeiro lugar, mesmo que seja difícil pra você. Olhe nos olhos dela e dê um sorriso, ao invés de olhar assim torto ou mesmo que você se espante com alguma deformidade que ela tenha da cadeira de rodas, olha e sorria. Isso às vezes é a melhor coisa que cê pode fazer por alguém. Assegurar pra ela que ela tá bem, que ela tá segura e que ela pode ser feliz, que não é diferente, ruim, errado, diferente diferente é, mas que não é ruim, errado ou inadequado ela ocupar o espaço dela na sociedade. Você também pode interromper se você se sentir confortável, é claro. Quando você vê o Capacitismo acontecendo. Então por exemplo, se naquele exemplo que eu falei pra vocês que o menino me chamou de de Curupira ou me chamou de coitadinha, alguém virasse e falasse, não, ela é linda, ela não tem, ela não tem nenhuma nenhuma questão que impeça que ela esteja brincando com as outras crianças, ela consegue sim fazer, vamos lá Karina, eu te ajudo, isso seria uma forma de ajudar contra o capacitismo, de dar um exemplo pras outras crianças isso não é legal, que isso é ruim, que que isso é errado, entende onde eu tô querendo chegar? Ficou claro pra você? Então, você pode interferir dessa forma, mesmo que de forma sutil e se você não se sentir tudo bem. Mas pra gente começar a mudar o mundo, a gente precisa falar. Porque ninguém mudou o mundo ficando calado. Se a gente pensar nos grandes mestres, no é Gandhi, Buda, não ficaram calados, eles colocaram as suas ideias do mundo e mudaram o mundo através dessas ideias. Então, você pode falar sim, se você se sentir à vontade. Você pode perguntar antes de ajudar uma pessoa com deficiência assumindo o que ela precisa da sua ajuda. Então, vou dar um exemplo bem simples aqui, atravessar a rua. Se você tá vendo que a pessoa tá dando conta de atravessar a rua, de pegar as sacolas no mercado, não precisa. Ai, peraí, eu te ajudo invadiu o espaço dela. Pergunte antes. Fulana, você precisa de ajuda? Posso te dar uma ajudinha? E se ela aceitar, ótimo. Mas se ela não aceitar, entenda que isso é sobre ela. Esse é o processo e ela precisa também ser livre pra fazer as suas próprias escolhas, sendo pessoa com deficiência ou não. Porque uma coisa que eu trabalho muito no meu consultório com os meus pacientes que é de sua maioria tem deficiência, é a autonomia é como é que a gente pode e aqui em algum lugar desse podcast vai ter um episódio com esse nome, encontrar soluções viáveis e possíveis pra cada pessoa conseguir adaptar a sua realidade dentro do que é possível pra si mesmo. Eu faço isso o tempo todo. Então, se você me acompanhar lá no Instagram, no TikTok, tem alguns vlogs lá. Já te convido pra me seguir lá. Se você ainda não me segue, arrobas, nas duas plataformas, tanto no INSTAGRAM quanto na rede vizinha, o TikTok, arroba Psi, Karina com K Fonseca. Tudo junto, tá? Psi Karina Fonseca achar lá que eu tenho várias formas de me adaptar. Porque a adaptação pra mim significa essa liberdade. Então, eu não uso fio dental de fio, né? Aquele que enrola no dedo, porque eu não tenho força nos dois lados da mão, só em um. Então, eu uso um fio dental que eu chamo de fio dental palito. E e como foi um alívio pra mim achar aquele fio dental, viu? Porque ter que pedir pra alguém pra passar fio dental pra mim todo dia de noite? Ah era um esforço, era um trabalho, eu me sentia inadequada, então eu busquei uma solução Quer ver outra coisa? Eu já morei sozinha sete vezes e quando eu falo pras pessoas que eu tenho deficiência muita gente não acredita. Eu fui a filha da minha mãe de todos os meus irmãos e os meus irmãos não tem deficiência tá mais morou sozinha, mas por quê? Porque isso era importante pra mim, porque eu criei uma rede de apoio e um ambiente que fosse possível eu morar sozinha, claro que isso tem um custo, porque eu precisei de ajuda, por exemplo, de uma diarista pra me ajudar eu precisei de pagar alguém pra fazer marmita pra mim, pra cozinhar, porque eu não consigo cozinhar tudo, hoje em dia eu já tô melhor, mas naquela época eu não cozinhava nada, só ovo. E foi assim que eu fui aprendendo e construindo o meu caminho pra autonomia Mas então, pra gente poder ser mais inclusivo e menos capacitista, a gente precisa fazer algo principal, que é uma coisa que eu prezo como psicóloga dentro do consultório, sendo você você é um paciente com deficiência ou sem? Acreditar na potência daquele ser humano. Ninguém é coitadinho na minha visão. E um dia o meu sonho igual esse aqui o mestre Martin Luther King Júnior se você não sabe quem é é uma pessoa que falou sobre racismo e lutou contra os que eram as leis que separavam as pessoas pretas e as brancas nos Estados Unidos e ele dizia assim, ele tem um discurso muito famoso em que ele falava sobre o mundo em que todos estariam juntos e de mãos dadas e começa assim, eu tinha um sonho. I have dream. e eu tenho um sonho de que um dia todas as pessoas acreditem na potência de qualquer um independente se tem deficiência ou não e respeitem as diferenças porque só assim a gente vai ter uma sociedade em que é possível inclusão sim capacitismo não. Então esse é o recado que eu queria deixar pra você se você gostou disso que eu falei e fez sentido pra você em algum nível por favor, compartilha pra alguém que precisa escutar esse recado. Além disso, se você aprendeu alguma coisa de diferente que somou no seu dia a dia, me conta lá no INSTAGRAM @psikarinafonseca, no direct o que que você aprendeu e como esse podcast ajudou. De alguma forma você a melhorar a sua visão sobre essa temática. E além disso, eu queria deixar um último recado aqui eu sou psicoterapeuta e eu tenho vagas para atendimento individual, algumas poucas vagas e quando preencherem essas vagas eu vou fechar minha agenda e vou entrar na lista de espera, né então queria deixar pra você que se identificou comigo, que quer construir uma vida mais autônoma, uma vida mais conectada com o seu corpo, uma vida mais leve em todos os sentidos que quer enxergar a sua própria potência para além da deficiência ou não se você não for uma pessoa com deficiência. Se você quer assumir esse protagonismo da sua vida posso te ajudar. E ser a sua guia nesse processo em psicoterapia. Então, se você quer saber mais sobre esse meu serviço, entre em contato no meu site, www.psikarinafonseca.com desculpa, é www. karinafonseca.com e lá você vai ter um botãozinho pra clicar e fale comigo no WhatsApp e aí você vai ser direcionado meu WhatsApp comercial, tá bom? Então dito isso, esse episódio vai ficando por aqui, eu espero de coração que eu tenha tocado você de alguma forma com esse episódio Se você for uma pessoa com deficiência auditiva e tiver dificuldade de acessar, esse podcast somente escutando, você pode encontrar a transcrição desse episódio lá no meu site também karinafonseca.com, tá bom? Vai lá na no setor blog e você tem acesso a todo o episódio transcrito. É um prazer pra mim fazer esse movimento pra que todas as pessoas tenham acesso, como eu falei aqui, de forma igual, respeitando as suas diferenças, então, um beijo e até a próxima semana!





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